Histórias de superação – Rafael Scuissiatto

Quem olha para a trajetória de Rafael Scuissiatto com 8 medalhas de ouro no Sesc Triathlon Caiobá, imagina que ele sempre foi um atleta. Apesar de ter começado cedo, nem sempre foi assim. Rafael era um menino gordinho e, decidido a emagrecer, começou a fazer aulas de natação. Com muita dedicação começou a se destacar e disputar algumas provas infantis. Seu professor ao notar o gosto do menino também pela bicicleta, sugeriu que ele começasse a praticar Triathlon. “Eu nem sabia o que era Triathlon direito, mas topei.”

Sua primeira competição foi o Campeonato Paranaense Infanto Juvenil, onde conquistou o 4º lugar. Meses mais tarde disputou o Campeonato Brasileiro, na mesma categoria, chegando na 7ª posição. Ao se dar conta desses resultados excelentes mesmo sem nenhum treino específico, decidiu se dedicar ao esporte e trilhou um caminho de sucesso.

Hoje, Rafael é professor na Swimex e continua em constante desafio. No início do ano disputou a Trans Andes Challenge, uma prova de mountain bike realizada nas montanhas dos Andes, na Patagônia Chilena. A prova está entre as 7 mais difíceis do mundo. Afinal, são seis dias de competição com etapas que variam entre 60 e 90km de pedaladas por dia.

Rafael teve problemas desde o início por conta de uma infecção intestinal que contraiu já no primeiro dia. Eram 72km nessa etapa e sem desanimar concluiu, mas ainda havia um receio. “Eu terminei a prova pensando que eu não ia conseguir largar no segundo dia”

Rafael persistiu mesmo com dores e complicações. No 4º dia o inicio da prova contava com 12 km de asfalto, era a chance de conquistar uma boa posição. “Você já está o tempo todo pedalando na terra, na pedra, subida. Quando você pega um asfalto você se sente forte, então você anda muito rápido.”

Quando alcançou 2 dos 12km teve que lidar com os dois pneus furados e somente uma câmara. A agonia de ter ficado para trás nesse trecho o motivou ainda mais. “Eu nunca tinha ficado em último em nada na vida, eu fiquei desesperado”.

Conseguiu recuperar sua posição depois de duas quedas, mais dois pneus furados e outras complicações porque ainda estava doente.
“O resumo da etapa foi: sete horas em cima da bicicleta, sol na cabeça, duas quedas, quatro pneus furados e me sentindo mal.”

No 5º dia ele precisou de um médico e decidiram que ele não tinha mais condições de fazer a prova. Ele foi desclassificado, mas a organização permitiu que ele terminasse a última etapa como um gesto de superação.
“Estou com vontade de voltar no ano que vem para terminar do jeito que eu acho que tem que ser feito.”

Você também tem uma história incrível? Conta aqui pra gente!